Prefere ouvir? Aperte o PLAY e ouça o artigo completo, é rapidinho!
Você já sentiu que precisava explicar cada emoção que passa por sua mente? Que, de alguma forma, seus sentimentos parecem tão intensos que você precisa provar para o mundo – e para si mesmo – que eles são válidos? Essa sensação pode ser um dos maiores desafios para quem convive com o Transtorno de Personalidade Borderline . A necessidade de justificar sentimentos não é apenas uma questão de autoafirmação; ela reflete algo mais profundo, quase como se suas emoções pedissem permissão para existir.
Hoje vamos explorar essa experiência tão presente na vida de muitas pessoas com TPB. Vamos entender por que isso acontece, como isso impacta suas relações e, principalmente, como lidar com isso de forma construtiva. Se esse tema ressoa com você, continue lendo. Você não está sozinho nessa jornada.
A Voz Interior que Questiona Suas Emoções
Quem tem Transtorno de Personalidade Borderline frequentemente se encontra em uma batalha interna com suas próprias emoções. Não é só sentir algo com intensidade; é também questionar constantemente o motivo pelo qual se sente assim. Isso pode surgir de uma insegurança profunda sobre a própria identidade emocional.
Essa necessidade de justificar sentimentos nasce da dúvida constante: será que estou exagerando? Será que sou eu quem está errado? Quando alguém faz um comentário aparentemente neutro, sua mente pode começar a procurar significados ocultos ou criar cenários onde você precisa se defender.
Pense nisso: imagine que você está em uma cafeteria, esperando seu café. O barista demora um pouco mais do que o normal para chamar seu nome. De repente, você começa a pensar: será que ele me viu ali e fingiu não me ver? Ou será que fiz algo que o incomodou? Antes que perceba, já está criando explicações para algo que talvez nem tenha relação com você. Esse padrão de pensamento é comum entre as pessoas com TPB e reflete a necessidade de validar até os menores detalhes emocionais.
Por Trás da Necessidade de Explicar Tudo
Essa busca incessante por justificativas emocionais está ligada à instabilidade emocional característica do Transtorno de Personalidade Borderline . As emoções não fluem de forma linear; elas vêm em ondas intensas e repentinas, deixando você sem tempo para processá-las adequadamente.
Além disso, muitas vezes há uma pressão externa – real ou percebida – para que você “provasse” que suas emoções são reais. Talvez alguém já tenha minimizado seus sentimentos dizendo frases como “isso não é nada” ou “você está fazendo tempestade em copo d’água”. Isso cria uma memória emocional onde você aprendeu que seus sentimentos precisam ser justificados para serem aceitos.
Outro fator importante é a dificuldade em confiar nas próprias percepções. Quando as emoções oscilam tanto, pode ser difícil saber o que é real e o que é amplificado pela mente. Por isso, a pessoa com TPB busca validação externa como uma forma de ancorar suas experiências internas.
Os Impactos nas Relações e na Autoimagem
Esse comportamento de justificar sentimentos pode ter consequências profundas, especialmente nas relações interpessoais. Imagine-se em uma conversa com um amigo próximo. Você sente que algo não está certo e tenta explicar por que aquilo te incomoda. Mas, ao invés de ser compreendido, você percebe que o outro começa a se afastar, talvez porque ache suas explicações exageradas ou desnecessárias.
Isso não só afeta a qualidade das conexões, mas também alimenta a insegurança emocional. Cada vez que alguém não entende ou minimiza suas justificativas, você pode interpretar isso como uma rejeição pessoal. Com o tempo, isso pode levar a um ciclo de isolamento e dúvidas sobre o próprio valor.
Além disso, essa necessidade constante de explicar seus sentimentos pode gerar um cansaço emocional. Você gasta energia tentando convencer os outros – e até a si mesmo – de que suas emoções são válidas, o que pode dificultar ainda mais o processo de autocuidado.
Como Encontrar Equilíbrio e Reduzir Essa Necessidade
Embora a necessidade de justificar sentimentos seja uma característica marcante do Transtorno de Personalidade Borderline , é possível aprender a lidar com isso de maneira mais saudável. Uma das primeiras etapas é reconhecer que suas emoções são legítimas, independentemente de como os outros as percebam.
Veja essa situação: Lembra-se de quando você assistiu a um filme que tocou profundamente seu coração? Talvez tenha sido uma cena triste ou um momento de superação. Naquele instante, você não precisou explicar por que estava chorando ou rindo; simplesmente sentiu. Agora pense: por que seria diferente na vida real? Seus sentimentos têm tanto direito de existir quanto aqueles que surgiram durante o filme.
Outro passo importante é buscar apoio profissional. Terapia pode ajudar você a desenvolver ferramentas para lidar com essa necessidade de justificação. Um terapeuta pode oferecer um espaço seguro para explorar suas emoções sem julgamento, permitindo que você comece a confiar mais em si mesmo.
Além disso, praticar a autocompreensão pode fazer toda a diferença. Sempre que sentir essa pressão para explicar seus sentimentos, tente pausar e perguntar: “O que eu realmente preciso neste momento?” Às vezes, a resposta pode ser simplesmente aceitar que suas emoções estão presentes, sem a necessidade de justificá-las imediatamente.
Um Convite para Explorar Mais Sobre o Tema
Se este artigo trouxe reflexões importantes para você, gostaria de convidá-lo a conhecer o perfil @meuolharborderline . Lá, compartilho histórias e insights que podem ajudar ainda mais na sua jornada de entendimento e crescimento.
Também recomendo baixar o E-book Meu Olhar Borderline , que aborda temas relacionados ao Transtorno de Personalidade Borderline de forma prática e acessível. Nele, você encontrará estratégias valiosas para lidar com desafios cotidianos e fortalecer sua saúde emocional.
Encontrando Paz Dentro de Si Mesmo
Lidar com a necessidade de justificar sentimentos pode ser um caminho longo, mas não impossível. Cada pequena vitória conta, e cada passo dado em direção ao autoconhecimento é uma conquista significativa. Lembre-se de que você merece ser ouvido, compreendido e acolhido – começando por você mesmo.
Ao final deste texto, quero te agradecer por dedicar seu tempo a explorar esse tema tão delicado. Espero que essas palavras tenham tocado algo dentro de você e que possam servir como um ponto de partida para transformações positivas.
FIM!
